Veja aqui alguns tópicos debatidos e apresentações das sessões temáticas do segundo dia de CRDSS

Sessão temática 3: Acesso e qualidade dos serviços de saúde
Sessão temática 3: Acesso e qualidade dos serviços de saúde/ Foto: Keila Vieira

Na tarde de ontem cinco sessões temáticas simultâneas, exibidas ao vivo pelos portais DSS Brasil e DSS Nordeste, promoveram o debate de diferentes temas na 1ª Conferência Regional sobre Determinantes Sociais da Saúde. Confira breves passagens das sessões e veja as apresentações em arquivos já disponíveis, clicando no link sobre o nome dos palestrantes.

Na sessão temática 1, Água e saneamento, entraram na pauta a importância da desinfecção e distribuição da água na região Nordeste, o acesso à água de qualidade pela população local e uma política de tratamento de esgoto que atinja a maior parte do território da região. Estiveram presentes nos debates coordenados por Maria Julita de Sá Formiga, da COMPESA, Everaldo Resende Silva, do Departamento de Engenharia de Saúde Pública/FUNASA, Hyperides Pereira de Macedo, do Sindicato de Arquitetura e Engenharia e Raquel Rigotto, da Universidade Federal do Ceará. “Temos que atuar eliminando as causas, não trabalhar apenas nos efeitos. As questões sobre a segurança da água ainda são muito incipientes” ressaltou Maria Julita.

Na sessão 2 foi abordado o tema Grandes projetos e seu impacto na saúde. O alcance de projetos na região nos âmbitos cultural, social e de saúde pública foram discutidos, bem como a interferência do desenvolvimento na ampliação das desigualdades. Participaram da mesa coordenada por Paulo Guimarães, Chefe do Departamento Nordeste do BNDES, Paulo Sabroza da Escola Nacional de Saúde Pública da Fiocruz, Gustavo Nogueira, do CONSEPLAN e Ângelo Zanré, da Cáritas do Brasil.

A terceira sessão focou Acesso e qualidade dos serviços de saúde. Dela participaram Helvécio Miranda, da Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde, Ligia Bahia, da UFRJ e Jairnilson Silva Paim , da Universidade Federal da Bahia. O modelo de saúde privada e o papel do SUS e seu fortalecimento, foram tópicos que ganharam destaque nas exposições dos membros da mesa. “Acho que temos que radicalizar na luta pela reforma sanitária, pelo SUS”, defendeu Paim. “Do ponto de vista relativo, com tudo o que está dentro do SUS, nós ainda perdemos para o setor privado”, completou. “O que vem se observando no Brasil é a ‘americanização’ da política social brasileira. O modelo residual do assistencialismo é algo do século XVII”, exemplificou.

Lígia Bahia ressaltou a importância da observação global de dados, resultados e necessidades na área da saúde pública e não apenas dos avanços. “Não temos só notícias boas a dar. A privatização é uma péssima notícia e isso é política pública”, disse ela. O debate também abordou a questão das diferenças entre a parcela da população que pode pagar por serviços de saúde ou possui convênios e aqueles que não tem acesso à eles. “Temos que desprivatizar o sistema de saúde brasileiro. E não fazer uma política de saúde para os pobres e deixar os ricos de lado. Isto não é ser universal”, comentou ela, referindo-se aos princípios básicos defendidos pelo SUS, que incluem a universalidade, que determina o direito à saúde de forma integral, descentralizada e com a participação da população.

A sessão 4 trouxe o tema Violência e drogas e contou com a presença de Ângela Cristina Santos Guimarães, da Secretaria Nacional da Juventude/Secretaria Geral da Presidência da República, Preto Zezé, Presidente Nacional da Central Única das Favelas (CUFA) e de Maria Cecília Minayo, da Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca da Fiocruz. Durante o debate foi exibido o trailer do documentário Selva de Pedra: Fortaleza Noiada, produzido por Zezé. O filme mostra o consumo de crack em Fortaleza.

Preto Zezé destacou a necessidade de olhar para o problema do avanço do consumo de crack fora do contexto policial e de forma mais humanizada e real. “Chegamos em 2013 com ações governamentais extremamente tímidas sobre o problema. Isso nos preocupa muito, pois não estamos vendo uma política atrelada à parcerias com a sociedade. Não estou dizendo que nada foi feito, mas diante da dimensão do problema, o que foi feito é muito pouco”, lembrou.

A sessão de número 5 destacou a Segurança alimentar e nutricional e inclusão produtiva. Participaram dos debates Patrícia Jaime, Coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Valter de Carvalho, Presidente da Associação de Orientação às Cooperativas do Nordeste, Gestor de Projeto de Social e Produtivo apoiado pelo BNDES e Malaquias Batista Filho, da Universidade Federal de Pernambuco.

Patrícia destacou a importância de cuidar da segurança alimentar das crianças, medida que pode prevenir danos à saúde com reflexos na vida adulta, promovendo o crescimento de uma população mais saudável.

A necessidade de promover políticas de segurança alimentar que combatam obesidade, além da desnutrição, também foi debatida. “Reconhecemos a obesidade como uma nova forma de insegurança alimentar e nutricional na população brasileira”, ressaltou ela. “Existem ainda as doenças carenciais, que são reflexo da alimentação ruim”, citou Patrícia, destacando a anemia e a hipovitaminose A.

 

Entrevista com:

1 Comentário

  1. Pena que com tantos temas interessantes sendo debatidos simultaneamente, não dava para assistir todos. Tivemos que fazer opção. Fiz pela temática 2 que era mais meu interesse atual. Mas que bom poder desfrutar em outros momentos da presença da Profa Cecília Minayo, uma pessoa singular na capacidade intelectual com tanta simplicidade e simpatia juntas.

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