Com o objetivo de fortalecer os sistemas de informação e a transformação digital no sistema de saúde brasileiro, a Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi) do Ministério da Saúde do Brasil, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) promoveu, nesta terça-feira (28/03), o Simpósio Transformação Digital no SUS. Entre os principais destaques da mesa de abertura, está a importância de as novas tecnologias garantirem a inclusão e diminuírem as desigualdades na saúde, além de promoverem mais equidade.
“Não é possível pensarmos em qualquer tecnologia – e falamos aqui especificamente das tecnologias vinculadas à saúde – sem pensar no fortalecimento dos sistemas de saúde. Portanto, os temas de acesso, equidade e resolução estão colocados como desafios importantíssimos. E não só no âmbito nacional, mas na parceria com a OPAS, pensamos também em termos regionais”, ressaltou a ministra da Saúde Nísia Trindade.
A representante da OPAS e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, destacou que o país é uma referência para a região das Américas na saúde digital, tanto por sua capacidade de desenvolvimento tecnológico, quanto por seus experientes e comprometidos profissionais, que trabalham em diversas áreas da ciência e tecnologia.
“O Brasil sempre atuou de forma inovadora e com solidariedade, disponibilizando com transparência o conhecimento gerado em seus territórios e contribuindo com outras localidades de dentro e de fora de suas fronteiras. E isso é muito importante para nós que, enquanto Organização, temos como princípios o panamericanismo, a igualdade e a solidariedade”.
Socorro Gross reforçou ainda que a OMS comemora 75 anos nas próximas semanas, com um lema histórico de Saúde Para Todas as Pessoas. “Quando falamos desse lema, falamos sobre o que realmente é a saúde universal e o desenvolvimento que precisamos para garantir o direito de todas as pessoas terem a melhor oportunidade de bem-estar e saúde, em qualquer lugar onde estejam. E, para isso, existe um antes e um depois da transformação digital”, complementou.
Ainda na mesa de abertura, o secretário Executivo do Ministério da Saúde, Swedenberger do Nascimento Barbosa, falou sobre a importância de incluir na pauta da saúde digital a perspectiva ética, de forma a garantir ações que estabeleçam critérios éticos e preceitos legais e que capacitem os profissionais de saúde para isso. “Tecnologia é um avanço que tem que ser usado para o bem da sociedade, preservando, amplificando e garantindo a equidade de direitos porque isso é algo que não abrimos mão no nosso sistema de saúde do Brasil”.
Compromisso com a Inovação e a Transformação Digital
O Brasil conta com uma recém-criada Secretaria de Informação e Saúde Digital (Seidigi) , que atua no âmbito do Ministério da Saúde, e entre suas competências apoia outras secretarias, gestores, trabalhadores e usuários no planejamento, no uso e na incorporação de produtos e serviços de informação e tecnologia da informação e comunicação.
A secretária da Seidigi, Ana Estela Haddad, destacou que o Simpósio marca o início de uma cooperação técnica entre a OPAS e a nova Secretaria “e tem no horizonte uma das principais missões desta secretaria, que é promover o fortalecimento, a integração dos sistemas de informação e avançar na transformação digital que está em curso na saúde a partir do SUS”.
Ana Haddad também explicou que a saúde digital compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis sobre o estado de saúde para os cidadãos, profissionais de saúde e gestores públicos. “É mais abrangente do que e-Saúde e incorpora os recentes avanços na tecnologia, como novos conceitos, aplicações de redes sociais, Internet das Coisas, Inteligência Artificial (IA), entre outros”, concluiu.
Metas para a transformação digital
O diretor do Departamento de Evidências e Inteligência para a Ação em Saúde (EIH) da OPAS/OMS, Sebastian Garcia Saiso, destacou que a Organização atua em direção a oito metas para a transformação digital da saúde pública, incluindo o alcance da conectividade universal. “Necessitamos garantir que o setor de saúde esteja plenamente conectado e que todos tenhamos a possibilidade de fazer uso dos benefícios oferecidos pelas tecnologias digitais. Essa é uma agenda que precisa estar articulada com outros setores para além da saúde”.
As oito metas incluem a criação de produtos digitais de saúde pública; aceleração do progresso para as populações vulneráveis; cooperação global em tecnologias emergentes; e implementação de sistemas de informação e saúde digitais abertos e sustentáveis que funcionem entre si.
O evento contou ainda com aula magna de Marcelo D’Agostino, assessor sênior de Sistemas de Informação e Saúde Digital da OPAS.
Por OPAS/OMS . 29/03/2023
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