
Na terça, 11/2, aconteceu, na sala 411, da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (Ensp/Fiocruz), a Primeira Oficina de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, que contou com a participação de 60 pessoas presencial e virtualmente. A atividade faz parte do projeto Vigilância Popular em Saneamento e Saúde no Estado do Rio de Janeiro, com ênfase nos territórios vulnerabilizados, coordenado pelas pesquisadoras do Departamento de Saneamento e Saúde Ambiental (DSSA/Ensp/Fiocruz), Adriana Sotero e Maria José Salles. O projeto é fruto da parceria entre a Fiocruz e integrantes da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde e tem o financiamento das emendas parlamentares dos deputados federais do Partido Socialismo e Liberdade (Psol), Henrique Vieira e Tarcísio Motta.

A oficina, que visa formar e integrar lideranças e parcerias no mapeamento das condições de saneamento ambiental em territórios socialmente vulnerabilizados do estado do Rio de Janeiro, contou com a participação das pesquisadoras da Ensp e Cooperação Social da Presidência da Fiocruz, de pesquisadores e alunos da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de diversas lideranças de favelas e periferias, integrantes da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, de movimentos sociais e sindicais, como o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e a Federação das Associações de Moradores do Município do Rio de Janeiro (FAM-Rio) e Fórum do Orçamento Popular.

De acordo com a pesquisadora da Ensp/Fiocruz, Adriana Sotero, esse evento demonstrou a importância do diálogo e da parceria entre a academia e a sociedade civil junto às lutas sociais. “Essa pesquisa passou pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fiocruz para demonstrar que os dados levantados, com a metodologia analítica que vai ser empregada, possuem validade científica”, afirmou.
Para Sotero, o papel social da academia é fazer pesquisa voltada para as necessidades da população. Com a oficina, todos os parceiros colaboraram na construção do questionário, instrumento relevante na coleta de dados sobre doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado (DRSAI) e sobre os serviços de saneamento de água e esgotamento sanitário em espaços de favelas e periferias do Rio de Janeiro.

Segundo o assessor parlamentar da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) e integrante da Rede de Vigilância Popular em Saneamento e Saúde, Rafael Nunes, a I Oficina foi importante para avançar na construção do questionário, que terá um impacto social ao averiguar as condições de saneamento em vários territórios do Rio de Janeiro, especialmente a distribuição da água e o esgotamento sanitário. “Esses dados coletados irão contribuir para termos melhores políticas públicas, indicadores e análises de pesquisas acadêmicas sobre a real situação”, assegurou.
Para Nunes, as informações reunidas serão analisadas pela equipe de pesquisadores e disponibilizadas futuramente na plataforma de fiscalização De Olho na água. Além dos dados da pesquisa, o site pretende ser um repositório de artigos acadêmicos, de matérias e/ou depoimentos de profissionais, de presidentes de associações, de lideranças sobre as questões fundamentais que ameaçam o direito humano à água e ao saneamento.

Por Joyce Enzler
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