“Para ti criei todas as palavras e todas me faltaram”, o trecho do poema Para ti, de Mia Couto, fez um sentido especial para os admiradores que se identificam com as palavras e ideias do autor e estiveram presentes nesta segunda-feira (16), no auditório do Museu da Vida, na Fiocruz Rio de Janeiro.
O escritor, biólogo e jornalista, reconhecido por sua sensibilidade e carisma mostrou simplicidade e proximidade com os participantes do evento. Os relatos dos presentes foram de uma admiração agora mais indescritível.
Mia Couto falou pela manhã, ao lado da coordenadora do Centro de Estudos Políticas e Informação sobre Determinantes Sociais da Saúde, Patrícia Tavares Ribeiro, tendo sido precedido pela mesa de abertura do Seminário. O público teve voz e pode fazer perguntas sobre questões ambientais, violência e responsabilidade na gestão, qualificando um debate plural, com sensibilidade e consistência.
Comentando sobre a importância de lidar com questões ambientais, Mia Couto destacou sua formação em biologia, ressaltando que se relaciona com o campo da saúde e percebe que “é necessário ouvir e pensar sobre os problemas de cada região, especificamente, sem a imposição soluções prontas”.
Mia está lançando no Brasil o romance Mulheres de Cinzas, pela editora Companhia das Letras, o primeiro de uma trilogia. Um romance que uniu prosa lírica e vasta pesquisa histórica.
Quanto a passagem do escritor pelo evento, um trecho do poema Companheiros, de sua autoria, pode ajudar a descrevê-la. “Deixo a paciência dos rios, a idade dos livros”.
Diálogos prosseguiram à tarde
Os debates continuaram na parte da tarde, em mesa mediada por Paulo Buss, do Centro de Relações Internacionais em Saúde (Cris/Fiocruz) e Gustavo Matta, pesquisador da ENSP, ambos organizadores do evento. O tema em destaque foi Produção social da saúde e da vida na interface entre ciência, políticas públicas e ação social. Entre os palestrantes estiveram Ligia de Salazar, da Fundesalud, Eugenio Villar, da OMS Genebra e Luiz David Castiel, da ENSP/Fiocruz.
“Precisamos saber se estamos seguindo os caminhos corretos ou se precisamos reorientar nossas práticas em relação aos processos de mudanças. Precisamos pensar nas agendas não concluídas”, ponderou Lígia.
Confira a cobertura completa do evento e da Conferência de Mia Couto nos próximos dias, neste portal.
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