Lançado novo Atlas de Desenvolvimento Humano para o Brasil

O acesso a sistemas de saúde e educação básica melhorou nos últimos 20 anos, mas a desigualdade na distribuição de riquezas persiste no Brasil. Essas e outras conclusões sobre o panorama socioeconômico do país foram possíveis por meio do Atlas do Desenvolvimento Humano.

A nova plataforma, que reúne 330 indicadores, busca democratizar a informação com o uso da tecnologia de fácil acesso para enxergar a realidade brasileira e, assim, ajudar na construção de políticas públicas que reduzam as desigualdades e impulsionem o desenvolvimento humano.

O novo Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil foi apresentado hoje de manhã, em evento virtual, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a Fundação João Pinheiro e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Representantes das três entidades e mais de 400 pessoas participaram do encontro.

“A plataforma Atlas busca complementar e orientar o desenho de uma abordagem ampla e sistêmica das políticas públicas para enfrentar as desigualdades do desenvolvimento humano no Brasil no século XXI”, destaca a representante residente do PNUD no Brasil, Katyna Argueta.

Água e Lixo

Os 10% mais ricos do país tinham, em 2017, uma renda per capita 17 vezes maior do que os 40% mais pobres. Os estados do Norte e Nordeste têm Índice de Desenvolvimento Humano inferior aos do Centro-Sul. Esse retrato se manifesta, por exemplo, na disponibilidade de infraestrutura. Estados do Sul e Sudeste têm mais acesso a água potável, coleta de lixo e saneamento básico.

A novidade do Atlas é a inserção de indicadores socioeconômicos baseados em informações de registros administrativos de mais de cinco mil municípios. Foram incorporadas sete fontes de registros administrativos. “Os dados estão disponíveis numa plataforma de fácil acesso, que alinha os indicadores aos objetivos de desenvolvimento sustentável e à Agenda 2030 para o desenvolvimento humano”, aponta Argueta.

É possível encontrar os índices de saúde, educação, renda, trabalho, habitação, vulnerabilidade, meio ambiente e desigualdade, entre outros, referentes a 17 mil localidades brasileiras, 24 regiões metropolitanas, 27 unidades federativas e mais de 10.000 unidades de desenvolvimento humano.

Com as informações socioeconômicas desagregadas, a nova plataforma mantém o recurso da avaliação, de modo separado, da situação de mulheres, homens, negros, brancos e das populações urbana e rural de determinada região, estado, município ou unidade de desenvolvimento humano. O filtro permite um retrato mais exato das desigualdades existentes.

Inclusão digital 

O Brasil registrou uma queda, entre 2013 e 2017, no percentual de alunos em escolas com internet. O PNUD aponta a urgente necessidade de inclusão digital da população.

“A conexão digital hoje tem grande peso na educação, no trabalho, na saúde, inclusive, na nossa existência social, quanto menos elevado for o nível de desenvolvimento humano, menor é o acesso à tecnologia. Quanto maior a desigualdade, maior o gap tecnológico e quanto maior o gap tecnológico, menor é o desenvolvimento humano”, aponta o representante adjunto do PNUD no Brasil, Carlos Arboleda.

A construção de indicadores que dialogam, em nível municipal, com os ODS estabelecidos em 2015 na ONU é mais uma das novidades da plataforma. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável devem ser implementados por todos os países do mundo até 2030.

“O novo Atlas nos permite aprofundar o debate sobre os desafios do desenvolvimento e trazer à tona informações desagregadas por gênero e raça , que nos permitem conhecer melhor a face da desigualdade brasileira” , afirma a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do PNUD no Brasil, Betina Ferraz Barbosa.

Acesse aqui o Atlas.

 

 

Por PNUD Brasil . 27/09/2020

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