ONU-Habitat e Prefeitura de Juiz de Fora promovem o projeto Territórios da Cidadania na UFJF

Apresentação do projeto Territórios da Cidadania na UFJF, com a presença do Secretário de Planejamento do Território e Participação Popular Martvs das Chagas, da oficial nacional do ONU-Habitat Rayne Ferretti Moraes, e da pró-reitora de extensão da UFJF, Ana Lívia Coimbra. Foto da home: Thayane Massopust/ONU-Habitat.

O evento teve o objetivo de apresentar o projeto na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), estimulando a integração das instituições para atuar frente aos desafios do contexto urbano local. O Territórios da Cidadania é uma iniciativa que busca promover o desenvolvimento urbano sustentável e a garantia de direitos sociais para a população de Juiz de Fora (MG). Foram aplicadas duas metodologias em 141 microterritórios da cidade, que servem como ferramenta de planejamento e gestão, auxiliando no processo de formulação de políticas públicas, integração dos investimentos e na superação das desigualdades territoriais.

A Prefeitura de Juiz de Fora, em parceria com o Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), promoveu na última quarta-feira (21) a apresentação “Olhares e perspectivas a partir do Planejamento Territorial: o Projeto Territórios da Cidadania” no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora. O evento teve como objetivo apresentar as potencialidades das ferramentas metodológicas aplicadas pelo projeto, além de incentivar a participação da universidade frente aos desafios do contexto urbano local, desenvolvendo pesquisas e projetos para gerar impacto positivo na comunidade.

Implementado pela Prefeitura de Juiz de Fora (PJF), por meio da Secretaria de Planejamento do Território e Participação Popular (SEPPOP), em parceria com o ONU-Habitat, o projeto Territórios da Cidadania serve como um instrumento de orientação estratégica e técnica, trazendo dados e informações valiosas para a gestão e planejamento, além de conectar as ações com agendas globais de desenvolvimento sustentável, como a Agenda 2030 e a Nova Agenda Urbana.

Foram aplicadas duas ferramentas de gestão para a coleta de dados em 139 microterritórios vulnerabilizados e dois distritos da cidade: o Mapa Rápido Participativo e o Perfil Socioeconômico. As metodologias analisam informações sobre as condições urbanas dos microterritórios, as principais características demográficas e socioeconômicas da população, bem como sua percepção em relação à prestação de serviços públicos e sua qualidade de vida nesses espaços.

Para esse levantamento, a equipe foi composta por profissionais dos próprios territórios de atuação do projeto, que se identificam com a população do entorno e trazem novos olhares para que seja possível transformar esses espaços. Além disso, é uma forma de dar um retorno para regiões que foram historicamente invisibilizadas no planejamento urbano da cidade.

Para o Secretário de Planejamento do Território e Participação Popular Martvs das Chagas, essa é uma oportunidade ímpar para Juiz de Fora. “O projeto Territórios da Cidadania trouxe uma inovação à cidade de Juiz de Fora. Várias pessoas foram contratadas e tiveram pela primeira vez na vida a experiência de trabalhar na ONU. Isso abre várias perspectivas para esses profissionais,” destaca.

“É a primeira vez que a nossa Prefeitura faz uma parceria internacional nesse porte, possibilitando aos moradores da cidade a inserção em um organismo internacional enquanto colaboradores.” – Martvs das Chagas, Prefeitura de Juiz de Fora. 

A oficial nacional do ONU-Habitat para o Brasil, Rayne Ferretti Moraes, também esteve presente no evento e ressaltou o impacto do projeto para o município. “Territórios da Cidadania é um programa completo. Começa com a coleta de dados de lugares e pessoas que não costumavam ser vistas nem ouvidas, passa pela capacitação dos servidores e servidoras da Prefeitura para que conheçam e aprendam a utilizar os novos dados, e termina com as análises das informações,” ressalta.

“É um programa que estabelece uma nova forma de pensar e planejar a cidade.” – Rayne Ferretti Moraes, ONU-Habitat. 

O reitor da UFJF, Marcus Vinicius David, enfatizou a importância do trabalho realizado pelo ONU-Habitat e pela Prefeitura, e viu grande potencial de unir esse trabalho à pesquisa realizada na instituição:

“O levantamento desses dados permite conhecer a realidade dos vários territórios da nossa cidade. Dessa forma, a universidade terá a oportunidade de, em parceria com o município, contribuir de forma efetiva para melhorar a vida da nossa população e cumprir plenamente a sua missão de atender a sociedade em suas várias dimensões.”

Participação acadêmica

Professores, alunos, conselheiros e entidades da sociedade civil compareceram à apresentação interessados nas potencialidades apresentadas pelo projeto. A aluna de Arquitetura e Urbanismo da UFJF, Larissa Canuto Viana de Almeida, conta que “o projeto se comunica muito com a realidade da população e o que acontece na cidade. Por isso tive interesse em conhecer mais a iniciativa. Também é uma forma de pensar e me aprofundar na minha pesquisa, a partir das possibilidades metodológicas e resultados do projeto.”

“Com os dados, recolhidos de forma participativa, conseguimos pensar em propostas e soluções mais adequadas para cada território.” – Larissa de Almeida. 

O evento também contou com a presença de profissionais que fizeram parte das equipes de campo do projeto. É o caso de Wallace Faria, que atuou como assistente de coleta de dados. Ele conta que esteve presente como morador e ouvinte, buscando a certeza de que o seu trabalho e dedicação renderam frutos. “Saí da apresentação muito feliz por acreditar que fui importante nesse processo e com o rumo que se segue. Ainda existe muito a ser reparado historicamente e estruturalmente nesses bairros, mas estou esperançoso de que as atividades possam mitigar as situações de vulnerabilidade evidenciadas pelos dados”.

 

Por  Nações Unidas no Brasil . 26/06/2023.

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