Às vésperas do Dia Mundial de Combate à Meningite, comemorado em 5 de outubro, o Ministério da Saúde do Brasil lançou o Plano Nacional para Derrotar as Meningites até 2030. O plano está alinhado aos objetivos regionais e globais definidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Na abertura do evento, a representante da OPAS e OMS no Brasil, Socorro Gross, destacou a relevância do plano que demonstra o forte compromisso do país em combater uma doença com o impacto que as meningites têm.
“O grupo mais atingido pelas meningites na nossa região é o das crianças, com morte de 1 a cada seis acometidos, e causando incapacidades para o resto da vida em 1 em cada 5 pessoas”, ressaltou Socorro Gross, que também reforçou que ao lançar um plano pioneiro e inovador na Região, o Brasil não só reforça seu papel de liderança, mas também oferece um exemplo para outros países das Américas.
O plano tem como base três objetivos principais do Roteiro Global da OMS: eliminar epidemias de meningite bacteriana; reduzir os casos de meningite bacteriana prevenível por vacinas em 50% e as mortes em 70%; além de prevenir incapacidades e melhorar a qualidade de vida dos sobreviventes. Ele propõe ações articuladas com o Sistema Único de Saúde (SUS), focando em cinco pilares essenciais: prevenção e controle de epidemias; diagnóstico e tratamento; vigilância epidemiológica; apoio às pessoas afetadas; e comunicação.
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA), Ethel Maciel, explicou que o plano foi elaborado ao longo de 18 meses, em um processo coletivo que contou com a colaboração de diversas secretarias do Ministério da Saúde, Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) e apoio da OPAS. A construção do plano começou em 2023 e a conclusão das diretrizes foi debatida em um workshop realizado em Brasília, que reuniu especialistas do SUS, da OPAS e da OMS.
Ethel Maciel também ressaltou a importância do trabalho interinstitucional e da abordagem de Uma Só Saúde, mencionando que o Brasil reafirmou seu compromisso com o controle da resistência antimicrobiana durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, tema que está diretamente relacionado ao combate às meningites. “Estamos nesse momento, sob a liderança da nossa ministra, com um decreto de um Comitê Interinstitucional de Uma Só Saúde, para pensarmos em uma governança da saúde que é muito mais ampla”, afirmou.
Uma Só Saúde ou Saúde Única é uma abordagem integrada e unificadora que visa equilibrar e otimizar de maneira sustentável a saúde do planeta e de todos aqueles que o habitam.
Também participaram da mesa de abertura o diretor do Programa Nacional de Imunização (PNI), Eder Gatti; o assessor técnico do Conass, Nereu Mansano; a assessora Técnica do Conasems, Kandice Falcão; a assessora do Programa de Resistência aos Antimicrobianos na OPAS, Nathalie El Omeiri; a chefe da equipe para o Roteiro Mundial para Derrotar as Meningites até 2030 na OMS, Marie-Pierre Preziosi; a diretora do Departamento de Estratégias e Políticas de Saúde Comunitária da Secretaria de Atenção Primária (Saps), Evellin Silva; e a diretora do Departamento de Atenção Hospitalar, Domiciliar e de Urgência, Aline de Oliveira Costa.
A cerimônia contou ainda com depoimentos da presidente da Associação Brasileira de Combate às Meningites, Suelen Caroline, que é mãe de uma criança que teve meningite, do influencer Ivan Baron e do atleta olímpico Caio Ribeiro que também foram acometidos pela doença.
Meningite no Brasil
A meningite pode ser causada por bactérias, vírus, fungos e parasitas, sendo as meningites virais e bacterianas as mais relevantes para a saúde pública devido à sua alta incidência e potencial de surtos. As infecções bacterianas são geralmente mais graves, e no Brasil, o SUS oferece vacinas contra os sorogrupos A, C, W e Y da meningite bacteriana, sendo o sorogrupo C o mais comum no país.
Fonte: Organização Mundial da Saúde . 03/10/2024
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