Os dados oficiais mostram que o câncer de pulmão tem 90% dos casos relacionados ao hábito de fumar. As estimativas sobre incidência de casos para câncer de pulmão, traqueia e brônquio apontam 16.400 novos casos para homens e 10.930 para mulheres, apenas no ano de 2015, no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) o tabagismo é a principal causa de morte evitável no mundo. Além da alta influência nos casos de câncer de pulmão está relacionado à 25% das mortes por doença do coração, 85% das mortes por bronquite e enfisema, 25% das mortes por derrame cerebral.
O número de mortes decorrentes do hábito de fumar atualmente ultrapassa 5 milhões de pessoas em todo o mundo. Para 2030 estima-se que esse número seja de 8 milhões. Destaca-se que 80% dessas mortes ocorrerão em países em desenvolvimento, segundo a OMS.
Campanhas educativas, a taxação do cigarro e a propaganda sobre efeitos do tabaco nas embalagens são algumas iniciativas das autoridades para tentar reduzir o consumo e, consequentemente, os danos gerados pelo tabagismo. Desde 2001 o governo passou a exigir que fabricantes e importadores de produtos derivados de tabaco usassem avisos de advertência em suas embalagens, acompanhadas por fotos que ocupam 100% de uma das principais faces. Todas as medidas de alerta são válidas para deter as mortes e os danos causados pelo hábito de fumar.
Com as alterações trazidas pelo artigo 49 da Lei nº 12.546/2011 e pelo Decreto nº 8.262/2014, a partir dezembro de 2014, passou a ser proibido fumar cigarros, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos derivados do tabaco em locais de uso coletivo, públicos ou privados, de todo o país. Essa proibição se aplica a restaurantes, bares, boates, escolas, universidades, hotéis, pousadas, casas de shows, ambientes de trabalho, repartições públicas, instituições de saúde, veículos públicos e privados de transporte coletivo, hall e corredores de condomínios, etc., mesmo que o ambiente seja fechado em parte por uma parede, divisória, teto ou toldo.
Em entrevista já publicada neste portal, Paula Johns, Diretora Executiva da Aliança de Controle do Tabagismo (ACT) , destacou as desigualdades sociais observadas entre os fumantes brasileiros. “O tabagismo no Brasil é um problema de saúde pública que afeta principalmente os pobres. A prevalência do tabagismo nas classes com menos anos de escolaridade e com menor renda é quase o dobro da prevalência da população com maior nível socioeconômico. As políticas de controle do tabagismo adotadas pelo Brasil nos últimos 20 anos exacerbaram as disparidades sociais, deixando as classes mais baixas em posição de maior vulnerabilidade ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, uma vez que o tabagismo é o principal fator de risco isolado para essas doenças. Isso gera um ciclo vicioso em que a probabilidade de adoecer é maior e o acesso a tratamento adequado é mais complicado”, destacou Paula.
Referências Bibliográficas
Cigarro mata mais de 5 milhões de pessoas, segundo OMS
[Internet]. Portal Brasil; 2014 Ago 29 [acesso em 28 ago 2015]. Disponível em: http://www.brasil.gov.br/saude/2014/08/cigarro-mata-mais-de-5-milhoes-de-pessoas-segundo-oms
Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos novos de câncer, segundo sexo e localização primária* (TABELA 1). Rio de Janeiro: Inca; 2014. [acesso em 28 ago 2015]. Disponível em: http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/tabelaestados.asp?UF=BR
Lamarca G, Vettore M. Diferenciais do Tabagismo no Brasil [Internet]. Rio de Janeiro: Portal DSS Brasil; 2012 Abr 02. [acesso em 28 ago 2015]. Disponível em: https://dssbr.ensp.fiocruz.br/?p=9027&preview=true
Observatório da Política Nacional de Controle do Tabaco. Inca. [acesso em 28 ago 2015]. Disponível em: https://www.inca.gov.br/observatorio-da-politica-nacional-de-controle-do-tabaco
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