Neste artigo para a Revista Sociologias, Marcelo Gomes Ribeiro fala sobre as condições urbanas das principais metrópoles do Brasil por meio do Índice de Bem-Estar (IBEU). O trabalho traz uma contribuição relevante ao relacionar as desigualdades de bem-estar urbano com o perfil socioeconômico das pessoas que compõem as diferentes áreas da metrópole. Segundo o pesquisador, há nítida correspondência entre as condições urbanas e as condições sociais, o que aponta para a existência de processos contínuos de diferenciação, segmentação e segregação socioespaciais nas metrópoles brasileiras, e ainda um processo de “causação circular” de distribuição de recursos coletivos urbanos.
O INCT Observatório das Metrópoles lançou, no ano de 2013, o Índice de Bem-Estar Urbano (IBEU), a partir dos dados do censo demográfico do IBGE, de 2010, com o objetivo de analisar as desigualdades urbanas para as principais metrópoles brasileiras. A concepção de bem-estar urbano que fundamenta o referido Índice decorre da compreensão daquilo que a cidade deve propiciar às pessoas em termos de condições materiais de vida, a serem providas e utilizadas de forma coletiva. Tal dimensão está relacionada com as condições coletivas de vida promovidas pelo ambiente construído da cidade, nas escalas da habitação e da sua vizinhança próxima, e pelos equipamentos e serviços urbanos. Nessa concepção de bem-estar urbano, o que importa são as condições de reprodução social que se constituem e se realizam coletivamente, mesmo que em práticas ou experiências individuais.
O IBEU foi calculado para os 15 maiores aglomerados urbanos do país, sendo considerados como as principais metrópoles brasileiras, identificadas em estudo realizado pelo Observatório das Metrópoles (Observatório, 2005), por exercerem funções de direção, comando e coordenação dos fluxos econômicos, compreendidas por São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre, Salvador, Recife, Fortaleza, Manaus, Belém, Goiânia, Campinas, Florianópolis e Grande Vitória.
Esse índice contém cinco dimensões: mobilidade urbana; condições ambientais urbanas; condições habitacionais urbanas; atendimento de serviços coletivos urbanos; infraestrutura urbana. E cada uma dessas dimensões é constituída por um conjunto de indicadores, construídos a partir de dados do censo demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2010.
O artigo “Desigualdades urbanas e desigualdades sociais nas metrópoles brasileiras”, de Marcelo Gomes Ribeiro, publicado na Revista Sociologias (ano 18, no 42, mai/ago 2016, p. 198-230), está organizado em quatro seções, além da introdução. Na segunda seção, são analisadas as desigualdades de bem-estar urbano das principais metrópoles do país em conjunto e comparativamente. Na terceira seção, são relacionadas as desigualdades urbanas, por meio do IBEU, com o perfil socioeconômico dos grupos sociais das metrópoles. Na quarta seção, o estudo busca explicação para os relacionamentos observados entre o IBEU e o perfil socioeconômico. E nas considerações finais, procura-se sumarizar os resultados encontrados e apresentar desdobramentos possíveis da análise realizada.
Acesse o artigo completo “Desigualdades urbanas e desigualdades sociais nas metrópoles brasileiras”, no site da Revista Sociologias.
Fonte: Desigualdades urbanas e desigualdades sociais nas metrópoles brasileiras. Rio de Janeiro: Observatório das Metrópoles; 2016 Set 21. [acesso em 04 out 2016]. Disponível em: http://www.observatoriodasmetropoles.net/index.php?option=com_k2&view=item&id=1744%3desigualdades-urbanas-e-desigualdades-sociais-nas-metr%C3%B3poles-brasileiras&catid=15%3Aartigos-cientificos&Itemid=181&lang=pt
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