Nordeste ultrapassa meta de vacinação de meninas contra o Papilomavírus Humano (HPV)  

Ministério da Saúde/Divulgação

Terceiro tipo mais frequente entre mulheres no Brasil, o câncer de colo do útero deve ter, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), 15.590 novos casos em 2014, 5.370 deles no Nordeste. O Papilomavírus Humano, o HPV, é responsável por cerca de 70% dos casos da doença e estima-se que aproximadamente 30% das mulheres sexualmente ativas em todo o mundo sejam infectadas pelo vírus em algum momento da vida. Em março deste ano, o Ministério da Saúde (MS) integrou ao calendário nacional de vacinação a imunização, que protege contra subtipos do vírus e pretende vacinar 80% das meninas entre 11 e 13 anos. A Organização Mundial da Saúde recomenda a vacina que já é usada em 51 países e, segundo a instituição, tem eficácia de 98%. A coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do MS, Carla Domingues, explica o esquema de vacinação e comenta sobre metas e expectativas da imunização no país.

Por que o Ministério da Saúde introduziu a vacina contra o HPV no calendário nacional de vacinação?

A vacina contra o HPV é segura e recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A vacina introduzida no calendário brasileiro este ano também é utilizada como estratégia de saúde pública em outros 51 países, que já aplicaram cerca de 175 milhões de doses desde o ano de 2006, sem registros de eventos que pudessem por em dúvida a sua segurança. A vacina é altamente eficaz contra os tipos de HPV 6, 11, 16 e 18, sendo que os tipos 16 e 18 são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo. Com a oferta da vacina contra HPV, o SUS amplia as ações de prevenção do câncer do colo do útero. O Ministério da Saúde também orienta que o preservativo seja utilizado nas relações sexuais e a realização do exame preventivo, o Papanicolau, periodicamente em mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos.

Desde março, quantas meninas foram vacinadas no Brasil?

No Brasil, mais de 4,2 milhões de meninas já foram imunizadas desde a inclusão da vacina no Sistema Único de Saúde, em 10 de março. Isso representa 87,22% do público-alvo para vacinação, composto por 5,2 milhões de adolescentes.

E no Nordeste? 

No Nordeste a cobertura vacinal ultrapassou a meta do Ministério da Saúde, atingindo 90% da população-alvo, um total de 1,35 milhões de adolescentes vacinadas.

Depois da primeira dose, as adolescentes ainda precisam tomar outras duas. Como isso será feito?

O Ministério da Saúde adotou o esquema vacinal estendido, composto por três doses: zero, seis e 60 meses. A decisão foi baseada em recomendação da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e respaldada pelo Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (PNI)O esquema estendido já é usado por países como Canadá, México, Colômbia, Suíça e Inglaterra. Com a adoção desse esquema, foi possível ampliar a vacinação do grupo alvo, inicialmente direcionado para adolescentes de 10 a 11 anos, para adolescentes de  9 a 13 anos.

Em 2015, serão vacinadas as adolescentes de 9 a 11 anos e, em 2016, começam a ser imunizadas as meninas que completam 9 anos. A expectativa do Ministério da Saúde é de que a meta também seja alcançada na segunda e terceira doses, de acordo com o esquema preconizado. O foco é garantir altas coberturas vacinais para as adolescentes incluídas no grupo-alvo.

Para saber mais sobre o HPV, acesso o portal do Inca.

 

Referência Bibliográfica

Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Incidência de Câncer no Brasil. Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos novos de câncer, segundo sexo e localização primária. Brasília; 2014. [acesso em 21 jul 2014]. Disponível em:  http://www.inca.gov.br/estimativa/2014/tabelaregioes.asp?ID=3

 

Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos novos de câncer, segundo sexo e localização primária* 

Estimativas para o ano de 2014 das taxas brutas de incidência por 100 mil habitantes e do número de casos novos de câncer, segundo sexo e localização primária* 

 

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