O Instituto DataSenado revelou dados alarmantes sobre a violência doméstica contra mulheres negras no Brasil. A pesquisa, realizada com 13.977 brasileiras negras de 16 anos ou mais, destaca que 66% das mulheres que sofreram violência doméstica não possuem renda ou têm renda insuficiente. Além disso, 85% destas mulheres negras, sem renda suficiente para se manter e que enfrentam violência, convivem com o agressor, evidenciando a ligação entre vulnerabilidade econômica e exposição continuada ao abuso.
Outro dado marcante aponta que, em 2022, 55% das mulheres brasileiras que sofreram algum tipo de violência notificada ao Sistema Único de Saúde (SUS) eram negras. Além disso, 67% das mulheres assassinadas no país eram negras, conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Esses números ressaltam como o racismo estrutural e a desigualdade econômica amplificam os riscos enfrentados por essas mulheres.
O estudo também revelou lacunas significativas no acesso a apoio e proteção. Entre as mulheres negras que sofreram violência doméstica grave, apenas 30% buscaram assistência de saúde. Além disso, a maioria das mulheres não solicitou medidas protetivas, independentemente do nível educacional. Mesmo entre aquelas com ensino superior completo, 78% não buscaram proteção. Esses dados sugerem barreiras que vão além da escolaridade, relacionadas à falta de renda e ao acesso limitado a serviços públicos.
A pesquisa conclui que políticas públicas efetivas precisam considerar a interseccionalidade entre gênero, raça e classe. Promover a autonomia financeira e ampliar o acesso a serviços de apoio são passos cruciais para mudar essa realidade. O DataSenado reforça a necessidade de ações coordenadas que garantam segurança, equidade e dignidade para as mulheres negras no Brasil.
Fonte: DataSenado . 19/11/2024
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