Mortes por Aids caem 1/3 no mundo, mas Brasil tem 11% de aumento de casos

As mortes relacionadas ao vírus da Aids registraram queda de mais de um terço na última década, uma diminuição similar a do número de infecções, segundo relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado nesta quarta-feira (16).

Já no Brasil, o número de infecções pelo HIV aumentaram 11% entre 2005 e 2013. No ano passado, o país registrou 47% de todos os novos casos contabilizados na América Latina.

O vírus de imunodeficiência humana (HIV), que causa a Aids, pode ser transmitido via sangue, amamentação e por sêmen durante o sexo, mas pode ser controlado com coquetéis de drogas conhecidas como terapia antirretroviral.

Em 2013, 1,5 milhão de pessoas morreram vítimas da Aids no mundo, uma queda de 11,8% em comparação com 1,7 milhão de mortes em 2012, segundo os números da ONU. Além disso, o número representa uma queda de 35% na comparação com as 2,4 milhões de mortes registradas em 2004 e 2005.

Epidemia pode ser controlada até 2030

A queda no número de casos torna possível controlar a epidemia até 2030 e eventualmente encerrá-la “em cada região, em cada país”, de acordo com a ONU.

“Mais do que nunca, há esperança de que é possível acabar com a Aids. No entanto, uma abordagem corriqueira ou simplesmente sustentar a resposta à Aids no ritmo atual não podem pôr fim à epidemia”, disse o programa contra Aids da ONU em um relatório global publicado antes de uma conferência sobre a doença em Melbourne, Austrália, na próxima semana.

O relatório assinala que o número de pessoas infectadas por HIV estava estabilizado em 35 milhões em todo o mundo. A epidemia já matou 39 milhões das 78 milhões de pessoas afetadas desde que começou nos anos 1980.

A Unaids disse que, no fim de 2013, cerca de 12,9 milhões de pessoas HIV positivas tinham acesso a essa terapia – uma grande melhora frente aos 10 milhões com acesso ao tratamento apenas um ano antes e apenas 5 milhões em 2010.

Desde 2001, novas infecções de HIV caíram 38%, segundo o relatório. Mortes relacionadas à Aids diminuíram 35 por cento desde que atingiram o pico em 2005.

“O mundo testemunhou mudanças extraordinárias no cenário da Aids. Houve mais conquistas nos últimos cinco anos do que nos 23 anos anteriores”, segundo o relatório.

América Latina tem maior acesso à terapia

A estimativa do Unaids é que 1,6 milhão de pessoas vivem com HIV na América Latina. A maioria dos casos (75%) se concentra em cinco países – Argentina, Brasil, Colômbia, México e Venezuela. A região registrou queda de 3% em novas infecções entre 2005 e 2013, mas os índices variam de país para país. O México, por exemplo, registrou queda de 39% e o Peru, de 26%.

O cálculo é que, na região, dez novas infecções por HIV são registradas a cada hora. Os grupos particularmente vulneráveis a novas infecções e que representam uma parcela significativa de soropositivos incluem transgêneros; homens gays; homens que fazem sexo com homens; homens e mulheres que atuam como profissionais do sexo e seus clientes; e usuários de drogas.

Os dados mostram ainda que aproximadamente um terço das novas infecções na América Latina ocorre em pessoas jovens, com idade entre 15 anos e 24 anos.

“Populações mais vulneráveis enfrentam altos níveis de estigma, discriminação e violência, que criam obstáculos no acesso à prevenção da doença, ao tratamento, ao cuidado e aos serviços de apoio”, informou a Unaids.

O órgão destacou, entretanto, que a América Latina continua a ser a região com a maior cobertura antirretroviral do mundo – aproximadamente 45% dos 1,6 milhão de pessoas com HIV que têm acesso à terapia. Novamente, os índices variam de país para país. Brasil, Chile, El Salvador, México, Peru e Venezuela registram mais de 40% de cobertura, enquanto o tratamento na Bolívia alcança menos de 20% das pessoas infectadas.

(Com agências)

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