No Dia Mundial da Sepse, é preciso conscientizar população e profissionais de saúde acerca de uma das doenças que mais causa óbitos no mundo
O Dia Mundial da Sepse, estabelecido pela Aliança Global da Sepse (Global Sepsis Alliance), é lembrado hoje, 13 de setembro, a fim de conscientizar a população sobre a doença e seus sinais, possibilitando diagnóstico precoce e tratamento. A data é relevante, sobretudo, em razão da alta letalidade que atinge a população de diferentes faixas etárias. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a sepse (sepsis ou septicemia) é uma das doenças que mais mata globalmente: são 11 milhões de vítimas por ano. O Brasil, por sua vez, apresenta uma das maiores taxas de mortalidade por sepse no mundo, sendo aproximadamente 240 mil pessoas anualmente.
De acordo com a infectologista Ana Cristina Gales, do Departamento de Medicina da Escola Paulista de Medicina (EPM/Unifesp) – Campus São Paulo, o número de mortes é alto, pois ainda há dificuldade, pelos médicos(as), de reconhecerem quadros de sepse em pacientes que adentram os hospitais. “O aspecto socioeconômico também é determinante, pois muitos(as) pacientes podem ter maior dificuldade de acesso aos serviços de saúde por residirem longe dos pontos de atendimento. Podem, inclusive, não ter recursos para se locomoverem até esses locais”, afirma.
Em outros momentos, as causas podem estar na “alfabetização em saúde” – conhecida como heath literacy, é a capacidade de obter, ler, compreender e usar informações de saúde para tomar decisões apropriadas e seguir as instruções para tratamento. “É quando uma pessoa tem um nível de entendimento adequado sobre como cuidar da própria saúde, se alimentar, dormir, tomar vacinas e medicações corretamente, e saber quando procurar um serviço de saúde ao reconhecer que está doente. Isso tudo também influencia na procura tardia pelos serviços de saúde em casos graves de sepse”, explica Gales.
Conhecida como “infecção generalizada”, a sepse é uma resposta grave do organismo a uma infecção que pode ser causada por vírus, bactérias ou outros agentes infecciosos. O Ministério da Saúde alerta que qualquer tipo de infecção, leve ou grave, pode evoluir para sepse, mas é mais comum que ocorra em casos de pneumonia, infecções abdominais e infecções urinárias. Quando não diagnosticada precocemente, a infecção pode provocar o mau funcionamento de vários órgãos ao mesmo tempo, podendo ser fatal. Apesar de ser uma “doença silenciosa”, alguns sinais como febre alta, taquicardia, respiração rápida, pressão arterial baixa, tremores, fraqueza, falta de ar e diminuição da urina podem ser indicadores de sepse.
No mês de setembro, o Instituto Latino Americano de Sepse (ILAS), organiza diversas ações voltadas para conscientização do público geral e de profissionais da saúde. Além disso, o Instituto desenvolve o projeto Reabilita Sepse, com intuito de prestar suporte aos(às) sobreviventes, seus familiares e cuidadores durante a reabilitação, levando em conta que, além do risco de novas infecções, pacientes recuperados pós-sepse podem apresentar sequelas como fraqueza, falta de ar, cansaço, tosse, dificuldade de engolir comida, dificuldade de concentração e depressão.
Por Juliana Cristina – Unifesp . 13/09/2022
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