Sessão da manhã
A primeira mesa de debates da CRDSS focou Determinantes Sociais e Situação de Saúde do Nordeste. A presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS) Maria do Socorro de Souza destacou a importância de rever e questionar o modelo de desenvolvimento brasileiro e suas implicações. “Fomos às ruas e questionamos o modo de vida social, mas não o modelo de desenvolvimento. Não dá para colocar a saúde a reboque de outros interesses econômicos”, citou, destacando a questão do uso e regulação de agrotóxicos nas lavouras do Brasil. Maria do Socorro enumerou também problemas sociais que ainda afetam o Nordeste em diversos âmbitos como a violência contra a mulher, a carência na área de saúde bucal e os processos migratórios. Outro ponto lembrado por ela foi a necessidade do investimento em saneamento básico, destacado na Conferência Magna, ontem, por Tânia Bacelar. “Queremos água de qualidade e que o saneamento venha para dentro do conceito de saúde. No Brasil o saneamento ainda é visto como obra de infraestrutura e não é. Trata-se sim de inclusão social e produtiva”, enfatizou.
Lígia Kerr, da Universidade Federal do Ceará, destacou a importância da análise histórica do Nordeste para entender os DSS na região. “A compreensão da desigualdade em saúde no Nordeste não pode ser compreendida sem que busquemos a história”, disse ela.
A mesa foi apresentada por Eduardo Maia Freese de Carvalho.
Disponibilizamos aqui as apresentações de Eduardo e Lígia Kerr.
Assista ao vídeo da mesa redonda.
*Foto da home: Keila Vieira
Entrevista com:
A Profa Lígia Kerr da UFC no meu entendimento foi também um grande destaque entre os palestrantes desse evento. Como fala bem e de forma natural, espontânea, com exemplos tão claros. Qualquer pessoa que assista ela falando consegue compreender a intersetorialidade embutida nas desigualdades sociais. Sua participação foi nota 10. Aliás pela Profa Tânia Bacelar, Prof Luiz Eugênio e Profa Ligia, valeu a pena ter ido à esse evento. Parabéns à organização do mesmo.