Projeto desenvolve metodologia de monitoramento de situação de saúde em Itaboraí

Projeto foca Itaboraí como objeto de estudo sobre vulnerabilidade social e DSS/ Imagem: Google
Projeto foca Itaboraí como objeto de estudo sobre vulnerabilidade social e DSS/ Imagem: Google
Projeto foca Itaboraí como objeto de estudo sobre vulnerabilidade social e DSS/ Imagem: Google

Um projeto do pesquisador Pedro Alves Filho realizado na Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca através do Centro de Estudos Políticas e Informação sobre Determinantes Sociais da Saúde, que foi iniciado sob a coordenação do pesquisador Alberto Pellegrini Filho e hoje está sob a coordenação da pesquisadora Patrícia Tavares Ribeiro, está desenvolvendo uma metodologia inovadora. Esta é focada no estudo da vulnerabilidade social e seus reflexos sobre a saúde da população dos municípios localizados no entorno do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Inicialmente a pesquisa enseja identificar apenas em Itaboraí os principais fatores sociais que possam interferir na saúde das populações e que tenham relação com grandes intervenções urbanas, ligados aos Determinantes Sociais da Saúde (DSS). Trata-se da Elaboração de metodologia para análise das iniquidades em saúde relacionadas às populações vulneráveis na área do município de Itaboraí.

O trabalho consiste em um estudo de campo e na análise dos quadros de vulnerabilidade social baseada em dados de órgãos oficiais, como no caso do IBGE, que informam renda, escolaridade e local de moradia e permitem a geração de uma base de informações sobre condições sociais. A ideia é desenvolver uma metodologia que resulte em um sistema de métricas qualificado, que possa apontar de forma detalhada onde determinados agravos de saúde se estabelecem em maioria e quais fatores sociais estão ligados à eles.

O objetivo do estudo é, com base no aprimoramento das informações sobre saúde obtidas, contribuir para um planejamento estratégico fundamentado em sistemas amostrais seguros, que reflitam as reais carências da população. “Nesse âmbito a análise e monitoramento das iniquidades em saúde são fundamentais, não apenas para os gestores, mas, simultaneamente, para profissionais de saúde e instâncias de participação social, como os Conselhos e as Conferências de Saúde”, destaca Pedro Alves Filho.

O pesquisador ressalta ainda que obras de grande dimensão geram mudanças e afetam o meio ambiente e a vida da população local de múltiplas formas, o que inclui fatores que contribuem para o surgimento de complicações de saúde. Os grandes empreendimentos, além de gerarem poluição e alto consumo de energia e água, em muitos casos promovem a liberação de fluidos químicos poluentes e mesmo a produção de resíduos de difícil tratamento. O que pode trazer danos à água, ao solo, ao ar e à saúde como consequência.

O aumento populacional nestas áreas também interfere nas condições sociais destes municípios. Este tipo de mudança se reflete na economia, nos transportes, nos serviços de saúde e podem potencializar a condição de vulnerabilidade social. Diante disto os apontamentos da pesquisa são fundamentais, principalmente para a estruturação pelos governos de ações sobre os efeitos causados por mudanças trazidas por empreendimentos de grande porte. “Em outras palavras, a identificação da vulnerabilidade social é uma responsabilidade da vigilância em saúde em todas as esferas governamentais, fornecendo informação para o correto planejamento e implementação de ações que possam reduzir as desigualdades, mesmo após a implantação de grandes estruturas e/ou empreendimentos”, destaca Pedro.

A promoção da saúde e a interlocução entre diversos atores envolvidos no processo de bem estar, promoção do acesso e do esclarecimento também são preocupações dos coordenadores do estudo. Oficinas de debate e a abertura do diálogo sobre as necessidades das populações destes municípios no entorno do Comperj já estão sendo realizadas, visando ampliar a visão sobre as necessidades locais e criar um círculo de cooperação e participação social.

O projeto deriva de uma parceria com as atividades de intervenção técnico-científica do Plano de Monitoramento Epidemiológico da Área de Influência do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), desenvolvido pela ENSP sob coordenação dos pesquisadores Paulo Sabroza e Luciano Toledo.

 

 

O portal DSS Brasil vai continuar acompanhando o trabalho e destacando os resultados deste projeto.  Acompanhe.

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