Pernambuco sediará primeira Conferência Regional sobre Determinantes Sociais da Saúde

Encontro está sendo organizado pela Fiocruz em parceria com o Ministério da Saúde, Conass, Conasems, Opas e BNDES (Imagem: Maira Baracho)

De 2 a 4 de setembro deste ano, a cidade de Recife vai receber a I Conferência Regional sobre Determinantes Sociais da Saúde, que tem como foco a região Nordeste. Como desdobramento da Conferência Mundial sobre DSS (CMDSS), que aconteceu no Rio de Janeiro em outubro de 2011, e na qual o Brasil teve forte protagonismo, o encontro deve reunir 400 convidados, entre representantes do poder público, da comunidade acadêmica e da sociedade civil, para debater e articular estratégias com o objetivo de superar as desigualdades e seus impactos na saúde pública. A programação do evento está sendo definida e deve ser divulgada, em breve, no portal.

“O Nordeste é uma das regiões mais desiguais de nosso país, mas é também uma região que vem passando por importantes transformações e onde há instituições de governo, da sociedade civil  e acadêmica bastante atuantes, o que a coloca em posição privilegiada para esta primeira Conferência Regional”, destaca Alberto Pellegrini, coordenador geral da I Conferência Regional sobre DSS do Nordeste e diretor do Centro de Estudos  sobre DSS da Escola Nacional de Saúde Pública Sérgio Arouca (ENSP) da Fiocruz do Rio de Janeiro. A coordenadora regional da Conferência e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Eduarda Cesse defende a importância de ir estreitando as discussões como forma de atender às diferentes necessidades de cada região. “Todo o esforço brasileiro de preparação e realização da CMDSS deve se materializar em políticas públicas setoriais e intersetoriais que permitam a implantação das suas recomendações e estas devem ser consonantes com as diferentes necessidades das regiões do país”.

Além da Fiocruz, representada pelas suas unidades de Pernambuco e do Rio de Janeiro, a conferência contará com diversos parceiros. O Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS/OMS), o Ministério da Saúde e o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) somam forças para que a I Conferência Regional sobre DSS seja um marco nas discussões sobre o tema e possa impulsionar e promover mudanças na realidade desigual do país.

Para o secretário executivo do Conass, Jurandi Frutuoso, a escolha da região atesta o comprometimento da iniciativa em promover a igualdade. “Começar pelo Nordeste é colocar em prática a equidade, princípio básico dos que zelam pela política de DSS, já que se trata da região mais vulnerável do Brasil”, explica. Já para Paulo Guimarães, chefe do Departamento Regional Nordeste do BNDES, a participação de vários atores reflete a necessidade de intersetorialidade que os DSS demandam. “O próprio tema da conferência, Determinantes Sociais da Saúde, já traz inserido a necessidade de uma forte articulação institucional. É fundamental que, além da esfera da saúde, outros atores participem e contribuam com a conferência a partir de suas experiências”, defende.

A coordenadora Técnica do Núcleo de Participação da Comunidade na Saúde do Conasems, Denise Rinehart, também acredita na necessidade da integração. “Para que tal iniciativa se aproxime da concretização da redução das injustiças sociais e das iniquidades em saúde, são necessárias ações intersetoriais, onde diferentes atores, que operam diferentes recursos, mobilizem-se de forma articulada para dar visibilidade ao evento e tornar o tema parte da agenda de compromissos dos gestores, assim como importante ponto de reivindicação dos movimentos sociais e pauta dos pesquisadores e da academia”.

A I Conferência Regional sobre DSS do Nordeste pretende agregar diferentes forças e atores e propor uma articulação entre estes para, dentro da atuação de cada um, construir uma realidade mais equânime dentro de cada região do país. A partir das discussões propostas nos dias de Conferência espera-se que novas ações e estratégias sejam pensadas para que mais qualidade de vida seja proporcionada àqueles que ainda vivem vulnerabilizados. “O desdobramento mais importante é que a sua realização proporcione o avanço necessário à materialização em políticas públicas nacionais e regionais, setoriais e intersetoriais que permitam a implantação das suas recomendações”, conclui Eduarda Cesse.

Entrevista com:

1 Comentário

  1. Acho que será de suma importância a realização de um evento como esse em nossa região. Veremos se com esse amplo debate os nossos governantes, a população, todos nós despertemos para a construção de políticas públicas que venham de fato intervir para a melhoria das condições de vida de nossa população.

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