Existem muitos determinantes da saúde e doença intrinsecamente relacionados, incluindo status social e econômico, educação, emprego, habitação e exposições físicas e ambientais. Esses fatores interagem para afetar cumulativamente a carga de saúde e doença dos indivíduos e populações e para estabelecer as iniquidades e disparidades em saúde entre e dentro dos países. Modelos biomédicos de cuidados de saúde diminuem as consequências adversas da doença, mas não são suficientes para efetivamente melhorar a saúde individual e da população e promover a equidade em saúde.
Determinantes Sociais da Saúde são especialmente importantes em países latino-americanos, que se caracterizam por heranças coloniais adversas, grandes injustiças sociais, enormes disparidades socioeconômicas e amplas iniquidades em saúde.
A pobreza e a desigualdade pioraram substancialmente nos anos 1980, 1990, e no início dos anos 2000 nesses países. Muitas nações latino-americanas introduziram políticas públicas que integram ações de saúde, sociais e econômicas e têm procurado desenvolver sistemas de saúde que incorporem intervenções multisetoriais, introduzindo a cobertura universal de saúde para melhorar a saúde e seus determinantes.
Apresentamos neste artigo estudos de caso de quatro países latino-americanos (Brasil, Chile, Colômbia e Cuba) para mostrar o desenho e implementação de programas de saúde sustentados por ação intersetorial e participação social que atingiram escala nacional para enfrentar eficazmente os determinantes sociais da saúde, melhorar os resultados de saúde e reduzir as iniquidades em saúde.
O investimento na capacidade de gestão e política, um forte compromisso político e gerencial, programas de estado e não apenas ações de governo limitadas no tempo, têm sido cruciais para o sucesso dessas políticas.
Artigo disponível em: https://www.thelancet.com/series/latin-america-UHC
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